A comunidade cachoeirense, os grupos culturais e patrimoniais, além da imprensa local, rendem homenagens a OSNI SCHROEDER pelo legado da sua obra e pelo seu carisma exemplar:
PONTE SEM PEDRA
(para Osni Schroeder)
"Um arquiteto da memória
trabalha com pedra-algodão,
fazendo uma ponte suave
aos sentidos e firme
diante das intempéries.
Encaixa os muitos ontens
em cada cálculo e previsão,
sugerindo que os amanhãs
não se cansam de chegar.
Um homem se eterniza
quando lembramos dele,
da sua bondade como base
da construção da vida,
da sua luta para que a cultura
seja a abertura da varanda,
de qualquer varanda.
Um homem não viveu em vão
quando se fez ponte,
sem pedra ou aço,
para que a sua cidade não se perca
na correnteza do efêmero.
No bagageiro da Rural cabia
por inteiro a Cachoeira
de tantas emoções.
Na Estação da Ferreira
um homem-memória
embarcou no trem da história."
Robson Alves Soares
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Gratidão
Chulipa Möller
Sou um privilegiado por ter sido contemporâneo do Osni.
Uma matéria jornalística intitulada “Últimos desejos”, de autoria de Larissa Roso, relata as entrevistas feitas ao longo de um ano com pacientes que descobriram a proximidade da morte. Sem esperança de sobrevida recebiam, como uma das formas de conforto, a concessão de um último desejo. Na reportagem a jornalista descreve a sua surpresa com a natureza singela dos pedidos: dormir na própria cama, tomar chimarrão no pátio de casa, preparar uma comida caseira para as pessoas que amavam, abraçar o pai. Em todos os desejos, mostravam mais vontade de dar do que receber.
No entanto, para algumas pessoas não há necessidade de pedir mais tempo para dar, antes que a morte chegue, pois já se doaram ao longo de suas vidas. Além do envolvimento com seu trabalho, encontram espaço até para gerenciar e representar sua classe profissional.
Gastam boa parte do seu tempo, que poderia ser de lazer e desfrute, na defesa do patrimônio histórico da sua aldeia, por exemplo. Mas não só em atividades divulgadas e de conhecimento público. Atuam também como anônimos projetistas na urbanização da área de um asilo comunitário e, percebendo as dificuldades materiais enfrentadas pelo mesmo intermediam doações de seus irmãos de maçonaria para ajudá-lo. E ainda mais, praticam caridade profissional, ou seja, elaborando os laudos de sua expertise exigidos pela legislação trabalhista para este mesmo asilo. Tudo isto sem nada cobrar.
Qualquer um sentir-se-ia privilegiado e honrado por ser contemporâneo e amigo de uma dessas pessoas. Ainda mais se o destino os aproximar desde os tempos ginasiais e, mais tarde pela profissão e pela cidade onde decidiram viver. Seguindo o exemplo de seu pai, Osni Schroeder esteve sempre disponível para a sua comunidade. E no asilo deixou sua marca em todas as vezes que o seu auxílio profissional foi necessário.
Que o Grande Arquiteto do Universo o receba em seu projeto celestial e neste plano conforte seus familiares e amigos! Como consta em Isaías (25:8), “Ele enxugará as lágrimas dos olhos”.
Muito obrigado, Osni!
O Jornal do Povo relata em reportagem, na sua edição de hoje, um pouco da vida e da extensa obra do Arquiteto e Ativista Cultural Osni Schroeder:
Daniel Falkenberg (Florianópolis) em 22.12.2020 17h44
Obrigado, OSNI
Será difícil ver o JP de terça-feira e não mais encontrar a foto e a coluna do Osni.
Sua fisionomia inspirava cordialidade, reflexão, bondade, seriedade, responsabilidade.
Seu texto tinha tudo isso e muito mais: clareza, inspiração, leveza, correção, sentimentos.
Muito obrigado por tantas colunas tão bem escritas!
Muito obrigado pela participação e liderança de movimentos comunitários tão importantes!
Muito obrigado pela preocupação constante com o patrimônio histórico e cultural da cidade!
Muito obrigado pelos tantos e tão bons exemplos de luta e dedicação!
Muito obrigado, OSNI SCHROEDER!
Cachoeira do Sul jamais te esquecerá.
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