Em 2011, iniciou-se em Cachoeira do Sul um movimento comunitário para a criação do Memorial Nacional do Arroz com a finalidade de organizar um espaço para registro da história do arroz, a partir da Capital Nacional do Arroz, título conquistado devido à sua contribuição para a região, o estado e o país. O projeto nasceu integrado aos armazéns do IRGA e pretendia criar oportunidades culturais de informação, de educação e de capacitação dos agentes do setor agrícola e da comunidade em geral. A proposta era de criar um espaço destinado a rememorar, valorizar e difundir a importância do arroz na história econômica, cultural e social de Cachoeira do Sul e região para enaltecer o trabalho de todos aqueles que se dedicaram ao seu plantio, colheita e beneficiamento, verificando a sua atualidade e projeção futura.
Para
implantar e implementar o projeto, criou-se um grupo de trabalho (GT Memorial)
constituído por Jaceguay Barros, coordenador geral; Getúlio Aires, coordenador
de captação de acervo; Mirian R. M. Ritzel, coordenadora cultural; Rogério
Germanos, coordenador financeiro e Elisa Vogel, secretária. Deve ser salientado
o apoio do Instituto Riograndense do Arroz
(IRGA), cujos armazéns em Cachoeira do Sul, desde o início do Projeto, foram a
sede do Memorial. Cumpre salientar também o apoio da CELETRO e da imprensa
local.
O GT,
com a colaboração do Rotary Club Cachoeira do Sul, desenvolveu a campanha de
arrecadação “Amidos do Memorial” que permitiu a conclusão do projeto
museológico e o desenvolvimento da documentação para solicitar os recursos
necessários junto ao Ministério da Cultura, via Lei Rouanet.
Para tanto, buscou-se também o apoio da
Prefeitura Municipal, por meio do Núcleo Municipal de Cultura, e da Associação
Cachoeirense de Amigos da Cultura – Amicus, presidida por Eliane Schuch,
entidade que assumiu a responsabilidade de proponente do Projeto. Comemorou-se
sua aprovação em nível federal e iniciou-se o período complexo de captação dos
recursos. Dentro do prazo, foram contratadas duas experientes captadoras que
não lograram êxito. Neste período, o grupo movimentou-se com êxito na captação
de material para o acervo do Memorial.
Inúmeras
foram as tentativas para a obtenção dos recursos e apoios necessários para a
concretização do Projeto. Com a pandemia, a situação tornou-se mais difícil e,
após muitas reuniões entre o GT do Memorial, a Amicus e apoiadores, o agrônomo Jaceguay
Barros apresentou a proposta de buscar a FENARROZ para assumir o Projeto a ser
levado para as suas dependências, já que o orçamento para a implantação nos armazéns
do IRGA era identificado como inviável financeiramente na situação atual.
Aprovada a proposta, realizaram-se reuniões com o presidente da FENARROZ, Cel.
Francisco de Paula Vargas Júnior e assessores, inclusive nos armazéns do IRGA
para conhecimento do acervo.
A
FENARROZ aceitou o desafio de assumir e implementar o Memorial Nacional do
Arroz, destinando-lhe um espaço muito adequado, próprio para o acervo existente
e de fácil acesso para o público pelo interior do Pavilhão de Exposições e
também externamente, o que facilita a entrada do acervo pesado e a visitação de
escolas e do público durante todo o ano, mediante agendamento. Os reparos de
adaptação do local estão a cargo da própria Feira e da Amicus, com apoio dos
parceiros: Prefeitura Municipal, por meio da Secretaria Municipal de
Agricultura, Secretaria Municipal de Educação, Núcleo Municipal de Cultura/Museu
Municipal Edir Lima e Arquivo Histórico Municipal Carlos Salzano
Vieira da Cunha. Registre-se também a parceria do
Sindicato Rural.
A
inauguração do Memorial Nacional do Arroz acontecerá no dia 12 de outubro do
corrente ano, por ocasião da abertura da 21ª FENARROZ.
Respondendo
perguntas que nos chegam, com base no Plano Museológico do Memorial Nacional do
Arroz de Cachoeira do Sul:
Por
que Memorial?
No Brasil,
Memorial tem sido aproximado ao conceito de Museu. Entretanto, as instituições
que preferiram criar memoriais, ao invés de museus, estavam pretendendo
destacar a origem e o foco institucional deste espaço, ao mesmo tempo em que
pretendiam distinguir-se de iniciativas mais tradicionais.
Por que Nacional?
Justifica-se pela
projeção que o cultivo de arroz teve e ainda tem em Cachoeira do Sul. Também
porque do município saíram produtores em busca de terras para cultivar arroz
pelo Brasil a fora e igualmente porque do município saíram máquinas,
equipamentos e tecnologias para abastecer os produtores nacionais. Fica
evidente que os membros do GT entenderam, desde suas primeiras reuniões, não
querer apenas mais uma instituição parada no tempo. O que não almejavam era
criar um depósito de máquinas e equipamentos, enfim, um espaço restrito com
documentos para apresentar o passado. O que desejam é uma instituição viva, que
utilize o passado para preservar a memória e a cultura, para realizar pesquisas
históricas e que essas possam ensinar a geração presente a fazer as reflexões
necessárias ao saber efetivo, projetando um futuro ainda melhor para a
comunidade de Cachoeira do Sul.
foto: Renato Thomsen |
foto: Renato Thomsen |
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