sábado, 4 de setembro de 2021

FENARROZ INAUGURA MEMORIAL NACIONAL DO ARROZ EM OUTUBRO

 

                   Em 2011, iniciou-se em Cachoeira do Sul um movimento comunitário para a criação do Memorial Nacional do Arroz com a finalidade de organizar um espaço para registro da história do arroz, a partir da Capital Nacional do Arroz, título conquistado devido à sua contribuição para a região, o estado e o país. O projeto nasceu integrado aos armazéns do IRGA e pretendia criar oportunidades culturais de informação, de educação e de capacitação dos agentes do setor agrícola e da comunidade em geral. A proposta era de criar um espaço destinado a rememorar, valorizar e difundir a importância do arroz na história econômica, cultural e social de Cachoeira do Sul e região para enaltecer o trabalho de todos aqueles que se dedicaram ao seu plantio, colheita e beneficiamento, verificando a sua atualidade e projeção futura.

Para implantar e implementar o projeto, criou-se um grupo de trabalho (GT Memorial) constituído por Jaceguay Barros, coordenador geral; Getúlio Aires, coordenador de captação de acervo; Mirian R. M. Ritzel, coordenadora cultural; Rogério Germanos, coordenador financeiro e Elisa Vogel, secretária. Deve ser salientado o apoio do Instituto Riograndense do Arroz (IRGA), cujos armazéns em Cachoeira do Sul, desde o início do Projeto, foram a sede do Memorial. Cumpre salientar também o apoio da CELETRO e da imprensa local.

O GT, com a colaboração do Rotary Club Cachoeira do Sul, desenvolveu a campanha de arrecadação “Amidos do Memorial” que permitiu a conclusão do projeto museológico e o desenvolvimento da documentação para solicitar os recursos necessários junto ao Ministério da Cultura, via Lei Rouanet.

 Para tanto, buscou-se também o apoio da Prefeitura Municipal, por meio do Núcleo Municipal de Cultura, e da Associação Cachoeirense de Amigos da Cultura – Amicus, presidida por Eliane Schuch, entidade que assumiu a responsabilidade de proponente do Projeto. Comemorou-se sua aprovação em nível federal e iniciou-se o período complexo de captação dos recursos. Dentro do prazo, foram contratadas duas experientes captadoras que não lograram êxito. Neste período, o grupo movimentou-se com êxito na captação de material para o acervo do Memorial.

Inúmeras foram as tentativas para a obtenção dos recursos e apoios necessários para a concretização do Projeto. Com a pandemia, a situação tornou-se mais difícil e, após muitas reuniões entre o GT do Memorial, a Amicus e apoiadores, o agrônomo Jaceguay Barros apresentou a proposta de buscar a FENARROZ para assumir o Projeto a ser levado para as suas dependências, já que o orçamento para a implantação nos armazéns do IRGA era identificado como inviável financeiramente na situação atual. Aprovada a proposta, realizaram-se reuniões com o presidente da FENARROZ, Cel. Francisco de Paula Vargas Júnior e assessores, inclusive nos armazéns do IRGA para conhecimento do acervo.

A FENARROZ aceitou o desafio de assumir e implementar o Memorial Nacional do Arroz, destinando-lhe um espaço muito adequado, próprio para o acervo existente e de fácil acesso para o público pelo interior do Pavilhão de Exposições e também externamente, o que facilita a entrada do acervo pesado e a visitação de escolas e do público durante todo o ano, mediante agendamento. Os reparos de adaptação do local estão a cargo da própria Feira e da Amicus, com apoio dos parceiros: Prefeitura Municipal, por meio da Secretaria Municipal de Agricultura, Secretaria Municipal de Educação, Núcleo Municipal de Cultura/Museu Municipal Edir Lima e Arquivo Histórico Municipal Carlos Salzano Vieira da Cunha. Registre-se também a parceria do Sindicato Rural.

A inauguração do Memorial Nacional do Arroz acontecerá no dia 12 de outubro do corrente ano, por ocasião da abertura da 21ª FENARROZ.

Respondendo perguntas que nos chegam, com base no Plano Museológico do Memorial Nacional do Arroz de Cachoeira do Sul:

Por que Memorial?

No Brasil, Memorial tem sido aproximado ao conceito de Museu. Entretanto, as instituições que preferiram criar memoriais, ao invés de museus, estavam pretendendo destacar a origem e o foco institucional deste espaço, ao mesmo tempo em que pretendiam distinguir-se de iniciativas mais tradicionais.

Por que Nacional?

Justifica-se pela projeção que o cultivo de arroz teve e ainda tem em Cachoeira do Sul. Também porque do município saíram produtores em busca de terras para cultivar arroz pelo Brasil a fora e igualmente porque do município saíram máquinas, equipamentos e tecnologias para abastecer os produtores nacionais. Fica evidente que os membros do GT entenderam, desde suas primeiras reuniões, não querer apenas mais uma instituição parada no tempo. O que não almejavam era criar um depósito de máquinas e equipamentos, enfim, um espaço restrito com documentos para apresentar o passado. O que desejam é uma instituição viva, que utilize o passado para preservar a memória e a cultura, para realizar pesquisas históricas e que essas possam ensinar a geração presente a fazer as reflexões necessárias ao saber efetivo, projetando um futuro ainda melhor para a comunidade de Cachoeira do Sul.



foto: Renato Thomsen

foto: Renato Thomsen



Jornal do Povo - 04 de setembro de 2021


foto: Renato Thomsen




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